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Músicos independentes puxam alta do mercado fonográfico na pandemia

O mercado fonográfico brasileiro, que andava baqueado, teve uma alta em plena pandemia, puxado principalmente pelos artistas independentes.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) baseada em dados de 2019 e 2020 mostra que artistas independentes ocupam mais da metade  da lista dos 200 artistas mais escutados no Spotify.

Os resultados do estudo também apontam que 50% do faturamento das empresas pesquisadas, como gravadoras e distribuidoras musicais, vêm das plataformas digitais. Puxada pelo streaming, a renda com músicas gravadas no país subiu 24,5%, resultado bem acima da alta mundial, de 7,4%. Os dados são da Federação Internacional da Indústria Fonográfica. É o maior crescimento da indústria fonográfica no Brasil em duas décadas.

Com as casas de shows fechadas por causa da pandemia, os artistas encontraram nas plataformas digitais a única forma de estar perto do público e, claro, ganhar o pão de cada dia. Logo surgiram novos desafios, como caprichar na identidade visual e no conceito das redes sociais. Estar presente no Instagram e no YouTube, por exemplo, é imprescindível para os artistas independentes.

Prestes a lançar o clipe de A Banda de Um Homem Só, o carioca Rodrigo Torrero, de 27, anos sabe muito bem disso e segue a cartilha do músico que exibe o próprio trabalho nas redes sociais.

O vídeo, que estará disponível nas redes na próxima sexta (16), faz uma crítica bem-humorada sobre a rotina e os bastidores da vida de um artista independente. Usando linguagem de animação e muita ironia, o clipe tem como inspiração o lado da jornada do músico que nem sempre é perceptível ao público.

“Eu fiz questão de usar, no clipe, a figura do artista decadente, a pessoa que está ‘só o bagaço’ em cima do palco, mas que traz um sorriso largo no rosto, quase um bobo da corte”, diz Torrero, que tem entre suas referências musicais nomes da nova MPB como Luiza Sales, Luiza Brina e Vinícius Castro, além de Chico Buarque e Beatles.

“Por um lado, preciso das redes para mostrar o meu trabalho, ser ouvido, divulgar o que produzo… É parte do processo. Por outro lado, reconheço que há uma certa mendicância nisso tudo”, explica o cantor e compositor, que mostra no clipe o excesso de trabalho, o acúmulo de funções e, consequentemente, a precarização do trabalho criativo.

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