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Audiovisual homenageia mulheres pretas que são referência na vida da artista, como sua mãe, sua avó e sua falecida amiga, e enaltece as tetas enquanto fonte de vida.
Diretamente de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, a rapper Chai Odisseiana, integrante do grupo Odisseia das Flores, apresenta o clipe de “Respeita as Tetas”, música produzida por Barroca Beat. O lançamento é fruto de sua carreira solo e denuncia a violência cotidiana que acomete as mulheres brasileiras. O audiovisual produzido por Toni Baptiste chega ao YouTube no dia 28, uma quarta-feira.
“Escrevi essa letra após presenciar uma situação de violência protagonizada por homens – que se dizem representantes da cultura Hip Hop – contra uma mulher. Em uma sala com mais de 50 homens, somente um deles se posicionou em defesa dessa mulher. Não foi comigo, mas me fez refletir bastante sobre as opressões e agressões que sofri no meio artístico”, revela Chai.
O clipe de “Respeita as Tetas” se tornou uma homenagem a Ketlyn Priscila Santos, amiga já falecida de Chai, uma mulher preta retinta que sofreu diferentes tipos de violências ao longo da sua vida, como a exclusão e o silenciamento. “A Kel gostava muito dessa música e acreditava que essa canção representava muitas das realidades vividas por ela, mesmo ela não sendo parte do movimento Hip Hop. Mulheres negras e periféricas sofrem bem mais com isso tudo, mas é uma situação que mulheres passam apenas por serem mulheres, independente de cor. Estamos diariamente na luta pela nossa valorização e protagonismo”, completa.
Além de denunciar a violência contra a mulher, “Respeita as Tetas” enfatiza as “tetas” enquanto fonte de alimento que garante a vida de nossas crianças. Inclusive, Ketlyn faleceu de câncer de mama, “mulheres negras são as primeiras a perderem suas vidas pelo descaso do sistema de saúde e essa é mais uma dentre tantas violências”, diz Chai. A artista trouxe sua mãe e sua avó para contracenarem com ela no clipe por serem suas maiores referências enquanto mulheres negras. O audiovisual também conta com a participação de figuras aliadas nesta luta contra o machismo no movimento Hip Hop.
Não é só sua mãe que tem que ser respeitada
Quem não entende, não sabe de nada
Cadê a aliança dos parças?
Poucos manos correm como nós
São anos de falha, querem calar nossa voz
TEXTO: RNR ASSESSORIA