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Olá!
Apesar do déficit de US$7,3 bi em janeiro, o resultado acumulado em 12 meses teve nova melhora para -0,6% do PIB. O novo ciclo de alta das commodities, que ainda não tem características de um super ciclo, deve beneficiar nossa balança comercial novamente em 2021. E, caso o risco fiscal seja amenizado com a aprovação da Pec emergencial, podemos ver uma valorização cambial da nossa moeda acompanhando a recente elevação dos preços internacionais das commodities. Boa leitura! |
Apesar de significativo, o déficit foi menos expressivo do que o observado no mesmo mês de 2020, quando registrou US$ 10,3 bilhões. Contribuiu para isso, principalmente, a contenção das despesas com serviços e rendas, em função dos efeitos ainda vigentes da pandemia de coronavírus. A balança comercial, por sua vez, teve saldo negativo de US$ 1,9 bilhão, refletindo principalmente a forte retomada das importações de bens de capital e insumos. No acumulado em 12 meses, o déficit em transações correntes registrou 0,65% do PIB, acima do mês anterior, mantendo, portanto, a tendência de atenuação observada nos últimos meses. Nos últimos meses, tem ganhado força a narrativa de que a economia mundial está entrando em um novo ciclo de commodities. Esse cenário se sustenta, principalmente, sob o argumento de que a recuperação da atividade sincronizada nas principais economias globais, sobretudo estimulada por políticas fiscais e monetárias expansionistas sem precedentes, deverá pressionar os preços dos insumos básicos de produção. Caso se concretize, as exportações brasileiras deverão experimentar forte crescimento nos próximos meses, gerando um fluxo de entrada de moeda estrangeira que tenderia a valorizar a moeda doméstica. Embora a valorização das commodities ainda seja inexpressiva perto do ciclo anterior, vale uma comparação para fins de entendimento do possível impacto no câmbio. Entre o início de janeiro e a metade de 2008, o índice de commodities cresceu 217,8%, levando a taxa de câmbio a se valorizar em 31,9%, atingindo o nível de 1,62 reais por dólar. Caso estejamos diante de uma tendência semelhante, e sob a hipótese de o risco fiscal ser endereçado nos próximos meses, esperamos que a taxa de câmbio se valorize rapidamente, com impacto para a balança comercial brasileira e para os preços de ativos dependentes do dólar.
A leitura fraca ainda traz pouca preocupação, dado que decorre da incerteza ainda alta quanto à recuperação da economia. Aleitura acumulada em 12 meses, o IDP de 2,3% do PIB ainda é mais que suficiente para financiar o déficit em conta corrente. A entrada líquida em participações de capital foi de US$ 2,8 bilhões, parcialmente compensada pela saída de US$ 944 milhões em empréstimos intercompanhia. Para fevereiro, dados preliminares do Banco Central mostram recuperação do investimento direto, que acumula entrada de US$ 5,8 bilhões até o dia 19 do mês.
Estratégias e Pesquisas Econômicas
Rafaela Vitória, CFA, CNPI
Economista-Chefe
Daniel Arruda, CNPI