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Disponibilizado nas plataformas digitais, álbum traz oito faixas inéditas, compostas pelo rimador mineiro e por um time de peso de beatmakers.
Reconhecido pelas rimas ácidas e o humor imperdoável, o rapper Oreia transita entre juras de amor e de “piranhagem” na mesma intensidade, impulsionado por um flow ora veloz, ora suingado. Com essa combinação efervescente, ele apresenta seu terceiro disco, homônimo, lançado nesta sexta-feira (14/2), nas plataformas digitais de streaming. O álbum “OREIA” (ONERpm) reúne oito faixas inéditas, compostas pelo rimador mineiro e por um time de peso de beatmakers.
Natural de Medina, no Nordeste de Minas, na região do Vale do Jequitinhonha que faz divisa com a Bahia, Oreia é cria da atual cena de ouro do rap mineiro, que exportou nomes como Djonga, FBC, Matéria Prima, MC Rick, entre outros. Chamado de “Gangsta da Roça”, devido ao disco de mesmo nome, lançado em 2022, com distribuição pela Sony, Oreia faz rimas com irreverência, malícia e humor, traço da personalidade forte que já apareceu no primeiro disco, “Pé do Ouvido” (2016), relançado também pela Sony em 2022.
“Esse novo disco é um retrato do Oreia: um cara sensível, que sofre por amor, tem muitas músicas nesse disco que eu estava sofrendo de amor, sofrendo por relacionamentos. Mas também tem o lado de quem é cachorro às vezes; um cara que protesta e fica fazendo graça”, afirma o rapper mineiro.
“OREIA”
Agora, todas essas distintas facetas de Oreia saltam aos olhos e ouvidos nas composições do novo disco, embaladas por love songs sensuais, como se fossem feitos para dançar em luz baixa de neon e clima quente de desejo; e também pelos funkeados beats de boom bap — um subgênero do hip hop caracterizado pelas batidas marcantes do bumbo e da caixa. Uma sonoridade potente e produzida sobretudo entre amigos, em casa.
“Os beatmakers são o coração do disco, principalmente desse. Com eles, eu criei todas as músicas. Participaram com beats Cido, Fantini, Oculto, Fumaça e Dope. São todos músicos meio malucos, amigos. Eu colei na casa deles e foram mil referências e ideias para chegar nessa sonoridade”, conta Oreia.
Referências e participações
O álbum também traz referências diretas a Belo Horizonte, como “Praça do Papa”, um dos carros-chefes da produção, que reúne Djonga e Malaca, cantora mineira com influências da música pop; e à terra natal de Oreia, em “Pequi”, love song em parceria com Luiz Brasil, conhecido no cenário belo-horizontino como “voz de diamante”. A música usa a fruta do cerrado mineiro para falar de amor de forma escrachada: “É forte o seu odor, você rouba o meu amor, igual pequi, que roubou o sabor do frango, coitado”.
Outra love song seduzente é “Vacilei”, dobradinha com Luii Lil, jovem artista da nova geração do trap de Maceió. O beat vem acompanhado de uma linha de solos de sax inebriante e de analogias irreverentes: “Eu tô vendendo amor, mais caro que Sucrilhos. Mas para você é grátis, não cobro nem o milho”. Quem ainda abrilhanta o álbum é a rapper Clara Lima, mais uma cria de Belo Horizonte, integrante dos projetos DV Tribo e Poetisas no Topo. Ela participa em “Pulêro”, com o seu conhecido flow afiado.
Já a faixa “Bebim”, lançada no último dia 31 de janeiro, é um cartão-postal das referências de Oreia, ao colocar romance e putaria em convivência fluida, em uma letra que flerta com referências de declarações românticas de figurões da MPB e com a piranhagem raiz de um cria das ruas urbanas e das roças. A participação de Massaru, destaque do trap paulista, encaixa bem na linha provocativa de Oreia e nos beats de Rafael Fantini. “Sentir seu gosto, sabor de tutti-frutti. É que lá embaixo parecia um iogurte”, diz um trecho da letra.
A última parceria do disco é com o rapper e produtor Abu, figura onipresente nas gravações do rap mineiro, que contribui em “Satisfaciones”, repleta de críticas ao status quo norte-americano e às tendências conservadoras: “Motherfuck tá achando que meu rap é light. Aqui é o Brasil, MC Kevin forget, é a mula, o Saci, Halloween in the Texas”.
LIBRAS visualizers
Um dos destaques do álbum “OREIA” é a produção audiovisual, inteiramente dedicada a dar visibilidade e protagonismo à Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). Na prática, todas as visualizers são estreladas por Fabiana de Souza e Crizin, intérpretes de LIBRAS, que tiveram liberdade para criar interpretações intensas, sempre em primeiro plano na tela — e não mais no canto do televisor, como é habitual.
A direção criativa ficou por conta de Turíbio, Celina Barbi e Oreia. A direção de cena e de fotografia é assinada por Mateus Lara e a direção de produção por Camila Oliveira.
“Normalmente, os clipes são feitos com o quadradinho da LIBRAS no canto da tela. Quando pensamos em trabalhar com LIBRAS, decidimos fazer para representar de verdade. Por isso, a interpretação é a protagonista e eu apareço em segundo plano nos clipes. A gente se envolveu com a comunidade dos surdos, envolvemos outros surdos no rolê, ganhei um apelido na comunidade dos surdos. Foi muito importante”, conta Oreia.
O disco “OREIA” é viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, e operacionalizado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG).
TEXTO: Floriano comuniocação