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O álbum de inéditas reúne trabalhos inacabados e ideias que surgiram durante a sua retomada ao meio artístico, após assinar com o selo BATEKOO Records
Uma das figuras femininas mais importantes da cena do funk brasileiro, Deize Tigrona marca um novo momento da carreira ao lançar, na última sexta-feira (23), Dia da Visibilidade Bissexual, o autoral “Foi Eu Que Fiz”, após passar mais de dez anos sem lançar um álbum de estúdio. A artista, que no último ano despontou nas redes sociais com o hit “Sadomasoquista (Vem de Chicote)”, reúne neste álbum trabalhos inacabados e ideias que surgiram durante o seu processo de retomada ao meio artístico, após assinar com o selo BATEKOO Records. O álbum “Foi Eu Que Fiz” explora ritmos além do funk, como o trap, o pop, o rock e a música eletrônica.
“Desde a pré-adolescência eu cismei que ia ser artista e por muitas das vezes as pessoas riam. E hoje conquistar esse feito, sendo uma mulher preta e periférica, pra mim é surreal, ainda mais nesses altos e baixos que eu vivi. Então, lançar este álbum é surreal e só hoje a ficha caiu e eu já chorei muito porque eu ainda estou caindo em si que esse álbum está na pista”, conta Deize Tigrona.
Sucesso dos anos 90, Deize Tigrona já colaborou com nomes como Diplo, M.I.A. e Buraka Som Sistema, e chegou a engatar uma carreira de sucesso no exterior, especialmente na Europa. Porém, por questões pessoais, a artista ficou afastada dos holofotes. Mas agora, de volta à cena, Deize demonstra que tem criatividade de sobra e uma capacidade incrível de aliar o funk das antigas com uma nova proposta sonora comum à nova geração.
Um dos diferenciais da sonoridade de “Foi Eu Que Fiz” se refere à quantidade de produtores musicais de áreas distintas, que vão do trap ao pop, proporcionando ao ouvinte diferentes experiências, mas que se conectam entre si. Dentre eles estão JLZ, que dedica sua carreira como produtor musical ao afrobeat; Teto Preto, banda que também faz produção musical e tem forte carreira no eletrônico, jazz, techno, house e darkwave; DJ Chernobyl, que faz uma ponte entre o baile funk e a cena do rock eletrônico brasileiro; Francês Beats, produtor musical que explora o Trap; e Badsista, produtora musical que já trabalhou com Deize Tigrona anteriormente no single “Vagabundo”, e que já produziu artistas como Linn da Quebrada e Jup do Bairro.
“Todos os produtores são especiais para mim e todos são de um gênero musical diferente. E isso ajudou bastante na minha escrita para o álbum, a sintonia deu tão certo que o disco está em várias estações para ninguém pôr defeito. Eu consegui ir do funk às artes plásticas com esses produtores que já conheciam meu trampo. E quando a sintonia bate, tudo sai do jeito previsto por todos”, comenta a artista.
Além de todas as contribuições artísticas e sonoras que o álbum oferece ao público, este novo projeto também representa o renascimento de Deize Tigrona e é uma porta aberta para a liberdade. A artista expõe neste álbum muito da sua intimidade e da sua verdade, enquanto artista e mulher, que hoje tem consciência da sua sexualidade e aborda isso em suas músicas de forma natural, sem medo de ser quem é.
O álbum “Foi Eu Que Fiz” já está disponível em todas as plataformas digitais.
Ficha Técnica Faixa-a-Faixa:
Sururu das Meninas:
Composição: Deize Tigrona & Malka
Beat/ Produção Musical: Malka
Mix/Master: Malka
Up-Mix: Phonocortex
Monalisa:
Composição: Deize Tigrona
Beat/ Produção Musical: JLZ
Mix/Master: JLZ
Up-Mix: Phonocortex
Sobrevivente de Rave:
Voz: Deize Tigrona & Laura Diaz
Composição: Deize Tigrona & Teto Preto
Beat/ Produção Musical: Teto Preto
Mix/Master: Phonocortex
Bondage:
Composição: Deize Tigrona
Beat/ Produção Musical: BADSISTA
Mix/Master: Phonocortex
Foi Eu Que Fiz:
Composição: Deize Tigrona
Beat/ Produção Musical: DJ Chernobyl
Mix/Master: DJ Chernobyl
Up-Mix: Phonocortex
Ibiza:
Composição: Deize Tigrona
Beat/ Produção Musical: BADSISTA
Mix/Master: RHR
Up-Mix: Phonocortex
A Mãe Tá On
Composição: Deize Tigrona & Slain
Beat/ Produção Musical: FrancêsBeats & JLZ
Mix/Master: Phonocortex
Deize Tigrona é uma das primeiras mulheres do funk e há mais de 20 anos vem transformando o ritmo com suas músicas que vão do cômico ao erótico e com composições criativas e dançantes. No início dos anos 2000 foi a primeira mulher do funk a colaborar com nomes internacionais, quando trabalhou com Diplo e teve o hit “Injeção” sampleado na música “Bucky Done Gun” da M.I.A. Depois de uma pausa na carreira, Deize a retomou em 2019 no selo BATEKOO Records e lança o álbum “Foi Eu Que Fiz composto” apenas por músicas inéditas.
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Sobre a BATEKOO Records
A BATEKOO é a maior plataforma pensando e propondo entretenimento, cultura e informação por e para a juventude urbana, negra e LGBT+ do Brasil. Criada em 2014 em Salvador, a BATEKOO tornou-se um manifesto do movimento negro e LGBTQIA+, principalmente entre jovens que vivem nas periferias. Hoje somos uma plataforma de entretenimento, empreendedorismo e culturas negras, periféricas e LGBTI+ com foco nas juventudes urbanas. Muito além de uma celebração, é um polo de conexão entre jovens inquietos, que buscam propor narrativas contra-hegemônicas e transformações sociais no cenário cultural brasileiro.
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TEXTO: Letícia Chaves